segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Não sou pra casar

Fico me perguntando o que minha santa avó acharia dessa constatação, justo ela que passou tanto tempo tentando me ensinar como deve se comportar uma moça pra casar. Não queria ignorar aquela educação, que ela dirigiu especialmente pra mim, sua princesinha. Mas, que jeito, desobedeci.
Se a vovó soubesse que odeio lavar louça, será que ela ia pirar? E se ela soubesse que eu não sei me comportar? Sento de pernas abertas e falo palavrão, quase um vício de linguagem. E não mantive a castidade antes do casamento (que casamento?). E o pior, vó - não me arrependo!
Nem sempre obedeço e adoro dizer o que penso. Além disso, não sei dissimular. Uma moça direita deve manter o mistério, mas tudo isso me dá tanto tédio. Prefiro poupar meu tempo e ir direto ao ponto. Não sei jogar, coisa que, ouvi falar, complica qualquer matrimônio.
Mas se casamento for só fazer as vontades do meu marido,  eu passo. Desculpa, mas não tenho interesse em ser patrimônio de ninguém. Se alguém me quiser bem, tem que ser assim. Se não, tudo bem também.
Prometo manter o corpinho enquanto eu estiver afim, mas não vou fazer greve de fome só pra segurar homem. Prometo amar mais do que tudo e prometo me fazer feliz. Se, pra isso, uns e outros me chamarem de meretriz, prometo não me importar.
Não garanto que isso tudo me impeça de subir ao altar. Vai que um desavisado ache sexy esse meu gosto pela liberdade? E se ninguém achar, não me dou por perdida. Eu prefiro a vida sozinha, só minha, do que esperar até a morte pra me separar de alguém que não me diz nada.
Desculpe se fugi aos planos e cresci desgovernada.

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